sexta-feira, 22 de maio de 2009

Playtime - Jacques Tati

Este é um projecto megalómano de Jacques Tati. Em Playtime, Tati construiu praticamente uma cidade, com restaurantes, farmácia, prédios comerciais e até um aeroporto. Um filme que dispensa legendas, já que toda a narrativa se centra nas coreografias cómicas e encantadoras das personagens. Situações hilariantes, num filme que evidencia e satiriza o modernismo e o choque tecnológico.

Existe uma storyline, mas que é pouco relevante: turistas americanas fazem uma viagem a Paris e na sua visita de 24 horas, cruzam-se com o Sr. Hulot (Jacques Tati), um homem de negócios que se vê apanhado numa trama de avanços tecnológicos, que constituem uma barreira para alcançar os seus objectivos.

É um filme muito peculiar, já que a acção não é na maior parte das vezes centrada numa só personagem ou acção que vemos no ecrã. Muitas vezes, em plano de fundo, existem pequenos pormenores que fazem também eles parte do frenesim do filme. Visualmente cativante, cheio de situações ricas de humor, onde mesmo à vigésima visualização pudéssemos encontrar novas situações, que antes não havíamos reparado.


Tati tenta aqui transmitir uma preocupação com a alienação que a cidade moderna poderia eventualmente gerar nos seus moradores, através de uma narrativa simples, divertida, sem obedecer às regras, onde visualmente demonstra-se essa ideia, sem recorrer à forma clássica de contar uma história.


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